Historiadores
Horários e escolha de sessões
Data | Hora |
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Sex 31 Jan | |
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Outras informações
Público
M/12
Duração
85 min. + 30 min (conversa com o público)
Info
COMPANHIA: Teatro do Vestido
Texto e Direcção Joana Craveiro
Co-criação e interpretação Diana Ramalho, Estêvão Antunes, Francisco Madureira, Jamila Oliveira, Mira Bulhões Tânia Guerreiro, Tozé Cunha
Música e Espaço Sonoro (composição e interpretação) Francisco Madureira
Cenografia Carla Martínez
Assistente de Cenografia Diana Ramalho
Assistente de Encenação Mira Bulhões
Apoio Científico Maria Alice Samara
Figurinos Tânia Guerreiro
Mestra de costura Inocência Rocha
Iluminação João Cachulo
Operação de Luz Matilde Sardo
Conteúdos Vídeo e Operação de Vídeo José Torrado
Direcção de Produção Alaíde Costa
Apoio Administrativo Maria Inês Augusto
Historiadores
Descrição
Sessão das 14h30 – Para escolas | Entrada livre
primeiro percebemos que os resultados da disciplina
de História no secundário estavam a piorar.
depois quisemos perceber porquê.
depois perguntámo-nos porque é que um historiador
se torna historiador.
e assim nasceu este espetáculo.
No final no século XX, o historiador Eric Hobsbawm escrevia sobre «os jovens homens e mulheres [que cresciam] numa espécie de presente permanente, sem relação com o passado (…)»¹. À medida que o século XXI avança, inquietantes notícias dão conta de resultados cada vez piores na disciplina de História num país como Portugal, onde a disciplina de História nos poderia oferecer importantes lições para o hoje, para o aqui. O interesse pelo passado perdeu-se, talvez por que não seja clara a sua relação com o presente.
Entretanto, a História tende a repetir-se, acordando fantasmas do passado. Mas nem assim os mais velhos a conseguem explicar aos mais jovens. «Não estavas lá», «Não viveste», «Não consegues imaginar», «Não sabes», «Não percebes» — com estas frases se arruma de vez a curiosidade dos mais jovens e a esperança de que venham a interessar-se por esse tal passado. Este espetáculo do Teatro do Vestido é também sobre isso: sobre o desinteresse, as lacunas, as omissões, sobre investigações, sobre repreensões, sobre, enfim, o gosto ou o desgosto da disciplina de História e daqueles que a escrevem e a ensinam.
Quem são estas mulheres e estes homens que decidiram dedicar-se à escrita da história para que o futuro possa recordar e aprender com um passado que não viveu diretamente? Que ambiente se vive numa aula de História do ensino secundário em Portugal? Quantos braços se levantam quando a professora faz uma pergunta? E que História é essa que se conta nos manuais? Um programa de história é um retrato político do presente de um país e daquilo que se quer inscrever para o futuro.
Num mundo em que o passado é um país estrangeiro² e o futuro fica ainda demasiado longe, Historiadores navega da forma única (política, poética e documental) do Teatro do Vestido um mar de inquietações, perguntas e pistas para o que aí vem.
¹ Eric Hobsbawm, The Age of Extremes, Nova Iorque, Vintage Books, 1996.
² frase de L. P. Hartley em The Go Between, 1953. “The past is a foreign country; they do things differently there.”
ESPETÁCULO APOIADO PELA DGARTES/ RTCP